Pampilhosa Linda

Espaço de libertação intelectual no âmbito das realidades transcendentes que ultrapassa as amplas margens da ortodoxia, com incursões na antropologia filosófica e na psicognosia, de cariz socio-cultural tenuamente perfumado com poéticas gotículas proeminentemente irónico-macónicas! Bem hajam!!!

quarta-feira, setembro 14, 2005

Efemérides do cidadão


Há tipos que, decididamente, não sabem estar; carecem a meu ver de postura, sensibilidade e compromisso social em dose que lhes permitisse um correcto enquadramento geofísico, harmonia biológica. No fundo, algo que os tornasse suportáveis. Vejamos: num dos meus habituais passeios pela Mata do Buçaco, onde me abandono à infinita beleza do espaço, desço pelas escadas, junto ao eucalipto gigante, e já muito perto do Caifaz sou confrontado com um cenário verdadeiramente dantesco, um quadro macabro: um azevinho completamente crivado de preservativos de vários tamanhos, ergonomias e cores mas branqueados pelo uso; um pouco mais adiante um castanheiro da Lusitânia com inscrições, a golpe de canivete, tipo:”foi uma de muitas” ou “Raul ama Joaquim da Lameira”. Um cenário medonho! Bom senso, meus amigos, bom senso! Toda a gente gosta e eu próprio concordo com a perspectiva de Adam Smith de que os desejos e os gostos conduzem a sociedade ao conforto e à prosperidade; mas existem regras mínimas. Por muito vício que possamos ter nada justifica atitudes desta natureza; revela simplesmente desleixo moral e ausência de sentido estético nos intervenientes da paródia. Aceito quem viva em pocilgas ou lave os dentes com sabão-azul mas o bem comum é para manter imaculado. Este espaço pertenceu durante séculos ao Bispado de Coimbra tendo entre os anos 1628 e 1838 pertencido aos Frades Carmelitas Descalços que aqui viveram plantando e tratando do arvoredo. Cavalheiros, um mínimo de respeito! É nestas ocasiões que recordo, nostálgico, o tempo em que o acesso à mata era vedado a mulheres, sob pena de excomunhão; decorria o ano de 1632 quando Gregório XVI promulgou a bula que o proibia; a Porta de Coimbra lembra ainda este episódio na inscrição existente na junção dos seus dois portais. Creio contudo que não seria o melhor recurso. Aceitaria, contudo, um destino igual ao que o Marquês de Pombal infligiu aos “meninos de Palhavã”, filhos naturais de D. João V: encarceramento numa das divisões do convento; mas, actualmente, com um cipreste entre as nádegas de cada um! Com bestas desta natureza é necessário mão-de-ferro: quem não sabe jogar com os seus direitos e, mais grave, desconhece os seus deveres fica de fora do jogo; quem não sabe dançar encosta-se ao balcão e pede cerveja, ou seja, não dança! Regras elementares no jogo civilizado da vida em sociedade. Sou um tipo tolerante mas com a Natureza não se brinca.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro

Aprecio a consciência ecológica mas não censuro quem por aquelas matas sinta inflamar a chama do desejo. Não ilibando ou desresponsabilizando os intervenientes, crie um grupo de intervenção para apanha da borrachinha...

15 outubro, 2005 08:58  
Anonymous Anónimo said...

G Randulfes, faz um abaixo-assinado para capar esses malditos! Não há perdão possível para esses animais. Organiza aí uma excursão! Eu estou lá!

16 outubro, 2005 17:46  

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