Pampilhosa Linda

Espaço de libertação intelectual no âmbito das realidades transcendentes que ultrapassa as amplas margens da ortodoxia, com incursões na antropologia filosófica e na psicognosia, de cariz socio-cultural tenuamente perfumado com poéticas gotículas proeminentemente irónico-macónicas! Bem hajam!!!

sábado, novembro 29, 2008

O Futuro começa hoje "Chanfana"

A história têm uma tendência cíclica e perversa para a repetição e isto sem querer entrar pela mecânica quântica, determinismo ou a teoria do caos.

No Portugal de 1700 o rei sol português, à imagem do rei Francês, vivia na opulência em resultado das riquezas trazidas pelo mar, ouro e pedras preciosas do Brasil e especiarias das rotas afro indianas, vivia bem o rei, assim como a enorme e infértil corte e fidalguia em seu redor, no topo da cadeia, os abastados comerciantes de Lisboa, maioritariamente judeus, quanto ao resto do povo minguava pela fome e doença tendo como única esperança a aventura do mar e emigração como fuga a tão vil existência.

Olhem para as vidas caras luxuosas e fantásticas dos políticos, ex -políticos, banqueiros e dos depositantes em offshores da actualidade e sintam esta sensação de repetição

-Riqueza vem de fora ,os dinheiros vindos de Bruxelas.

-Portugal continua a ser só Lisboa e o resto é paisagem.

-Continuamos a emigrar porque aqui nada conseguimos.

-Obviamente a culpa de algo correr mal desta vez já não poderá ser atribuída aos judeus mas sim entre outros aos políticos, jornalistas, colunáveis e ao poderosíssimo lobby Gay

Por fim em 1755 o terramoto aniquilou Lisboa, culpabilizaram-se os judeus, atitude esta, que os levou a fugir para o norte europeu, tendo estes com engenho criado a mercantil riqueza dos países baixos, o Marquês lá conseguiu endireitar o pais a custa do ouro brasileiro , conseguimos escapar à revolução francesa ,as invasões foram repelidas e a corte e administração pública fugiu em navios rumo ao Rio de Janeiro, por similitude de referir a fuga do Durão. Mas o terramoto de Lisboa foi o precursor da definição de Catástrofe e da tragédia humana, todos os anos existem terramotos e vulcões em zona fracamente habitadas e isso é somente a natureza no seus ciclos normais só o antropocentrismo as qualifica de tragédias.

De seguida vou referir alguns factos curiosos:

· Os Loucos e exagerados anos 20 até que em Outubro de 1929 o grande Crash, Hitler no poder em 33 e a guerra em 39.

· O culto do Luxo e das extravagâncias durante os anos 90 e princípios deste século e o Mini-Crash em 1998 e das dotcom em 2000 seguido da invasão do Iraque em 2002

· Myanmar repeliu com violência as pacifica manifestações dos monges, vejam o que aconteceu em seguida, cheias imensas e uma monção exagerada.

· A china voltou a perseguir e reprimir o povo do Tibete, vejam o que aconteceu em seguida, terramotos no centro da China.

· Os EUA e seus aliados invadiram Iraque e Afeganistão tendo como objectivo final o Irão. Vejam o que aconteceu “Katrina , crise do suprime, preço do petróleo, preço dos bens essenciais, lucros exagerados das financeiras, com subida inexplicável das prestações, e por fim o desabar do castelo de fantasias do capitalismo o grande Crash actual, e ainda agora só a procissão vai no adro!

-“É verdade que o capitalismo venceu, mas ele é tão voraz que se tornará autofágico” disse Marx no sec. XIX.

Alguns filósofos e economistas actuais questionam que novos modelos podemos seguir porque entre outras questões pertinentes:

-Será possível viver sem petróleo?

-Afinal qual será a capacidade auto geracional de alimentos por nação?

-O actual conceito de Cidade será viável com maior desemprego.

Para mim depois de ler os economistas malditos ou não Keynisianos “Freakonomics” de Steven Levitt, “ O Mundo feito à mão” de J.Kunstler e de passear pelas teorias hipercomplexas e neuronais de Minsky e das eras pós financeiras previstas por J.K.Galbraiht, já fui ver a operacionalidade do farpão e da enxada, vou mas é comprar um pequeno rebanho porque o futuro em Portugal só será possível se baseado na pastorícia e na bela chanfana.

Diz a lenda que durante as invasões francesas foram inquinados muitos poços e nascentes de água tendo como objectivo enfraquecer o inimigo, e assim o povo, quase sempre o mais sacrificado mas o mais sábio começou a cozer a cabra velha com o vinho numa caçoila de barro preto misturando-lhe alho, sal, banha e pequenos pedaços de louro, obtendo assim comida confeccionada sem necessitar de água e permitindo-lhe armazenar farto repasto por longos períodos de tempo devido à protectora camada de gordura que vulgo se designa de “coalho”.

Recordando José Mário Branco, que se lixe o FMI.

Viva a cabra, viva a chanfana, viva a Pampilhosa Linda.