Pampilhosa Linda

Espaço de libertação intelectual no âmbito das realidades transcendentes que ultrapassa as amplas margens da ortodoxia, com incursões na antropologia filosófica e na psicognosia, de cariz socio-cultural tenuamente perfumado com poéticas gotículas proeminentemente irónico-macónicas! Bem hajam!!!

segunda-feira, novembro 14, 2005


Movimento Perpétuo
.
.
.
Na fronteira, no espaço,
No tempo que nos separa,
No limite de um beijo
Que perpétua corações,
À distância de um raio
Pelos pontos do segmento
Atomizo-me pelas células
Circundado de electrões;
Na bagagem a ansiedade
Que me acompanha, por engano,
Conta-me como destrói triângulos
Abalando a perfeição.
Se a esqueço por momentos
Logo me acorda em sobressalto,
Provocando-me
Um insuportável processo de erosão.
Esforço-me em explicar-lhe,
Através do método científico,
Os motivos por que vagueio
Sempre à margem da razão;
O vazio que me preenche
É o que ignoro em conhecimento;
É o que busco,
De alguma forma,
Nas receitas do coração!
Reminiscências do passado
Porque me enviam tantas cartas,
Tantas formas e sentidos:
Geometria de ilusão;
Se fui eu próprio que comprei
O bilhete de partida
Acompanhando-a, lentamente,
À estação?
Num rasgo de loucura,
De incrível lucidez,
Conto os pontos que nos separam
No plano da semi-recta.
O vazio dilacera-me,
Expande-se na expansão do mundo.
É tudo demasiado claro,
Sistemático,
Evidente;
Este nada que sinto
É simplesmente alguma ausência;
Provavelmente a tua...
Atitude desenvolta.
Gostava que fôssemos geridos
Por leis de gravidade alternativas,
Alternativas emoções,
Em mundos paralelos,
Alternativas razões.
.
.
.

20 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro,

Não sabe o contentamento que em mim provoca poder ser logo pela manhã bafejada pelo seu génio.
Até já

14 novembro, 2005 14:10  
Anonymous Anónimo said...

Ola rand
Grande fim de semana meu ... que inspiração!!!
voaste para bem fundo da tua existencia!
Parabens
ate breve

14 novembro, 2005 18:33  
Anonymous Anónimo said...

" Love is in the air ... "



ps: se a (outra) Inês descobre...

14 novembro, 2005 21:07  
Anonymous Anónimo said...

Sinceramente gostei!! Um romântico assumido! Ai Inês....

14 novembro, 2005 21:24  
Anonymous Anónimo said...

O ritmo é alucibante...acompanh-me nesta dança pela poeira do cosmos?

14 novembro, 2005 21:48  
Anonymous Anónimo said...

Amigo, a sua poesia revela boa cadência rítmica e bom gosto. A mistura de conceitos de matemática, biologia e física colidem em perfeição com o tema: a Química do Amor.

14 novembro, 2005 21:56  
Anonymous Anónimo said...

Rand, parabéns!

A tua versatilidade literária faz de ti um genuíno "poliglota" da estilística!

14 novembro, 2005 22:01  
Anonymous Anónimo said...

Cada vez me surpreende mais caro Randulfes,sinto-o tão apaixonado quem será a privilegiada que tem direito a esse amor?

COLO DE GARÇA?

E com esta me vou caro Randulfes...

15 novembro, 2005 01:06  
Blogger Gonçalo Randulfes said...

Caro leitor,
lembro que este espaço pretende ser um mote à "libertação intelectual no âmbito das realidades transcendentes que ultrapassa as amplas margens da ortodoxia" sendo, consequentemente, um pequeno laboratório onde devemos, com as máscaras despidas, experimentar e abusar a liberdade da nossa imaginação.

Até breve.

15 novembro, 2005 01:46  
Anonymous Anónimo said...

.
.
.

"I can see
3 corners from this corner,
2 is a perfect number
but 1."

.
.
.

15 novembro, 2005 02:00  
Anonymous Anónimo said...

Caros,

Lamento que procurem conexões onde elas não existem. Gonçalo Randulfes é para mim um desafio, constitui uma aprendizagem incessante e extremamente interessante.
Gabo-lhe a coragem e o mérito, pois não é fácil escrever e sentir assim.

Não se esqueçam que " o poeta é um fingidor"... não tomem como sendo de Randulfes a dor que escreve mas será que deveras sente?

Quanto a mim, não sinto que este texto fale da química do amor. É antes uma constatação de inevitabilidade.
A ausência dela foi por ele compelida, causa-lhe "insuportável erosão", dilacera-o mas como num movimento perpétuo, que não se altera nem se inverte, teve que ser assim. Não há, neste tempo, neste espaço, nesta vida, outra alternativa.
Por razões estranhas, alheias, contra as quais não luta, o poeta vive o amor como grande impossibilidade. O problema é que "mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo".

Outras leituras serão concerteza possíveis. Esta é a minha, aguardo pelas vossas...
Até já

15 novembro, 2005 14:17  
Anonymous Anónimo said...

vantagem para ... ... ... ... ... ... ... ... ... INÊS !!!


clap, clap, clap, clap,

clap, clap, clap, clap...

15 novembro, 2005 16:21  
Anonymous Anónimo said...

Enquanto houver uns olhos que reflectem
outros olhos que os fitam,
enquanto a boca responda a suspirar
aos lábios que suspiram,
enquanto sentir-se possam ao beijar-se
duas almas confundidas,
enquanto exista uma mulher formosa,
haverá poesia!

(Gustavo A. Bécquer)


Mestria inconcebível, sublime, o amor.

16 novembro, 2005 00:39  
Anonymous Anónimo said...

Inês,

A sua análise substancia, indubitavelmente, o conteúdo do poema do Gonçalo Randulfes, que saúdo vivamente. Contudo, como referiu Sir Cabernet, o autor visita diferentes áreas do conhecimento humano para expôr, na minha opinião, a temática central do poema: a consciência crua da existência térrea. Neste caso concreto é a ausência da emoção ( ou do sentimento que promove essa emoção)que permite obter essa mesma consciência; mas é, a meu ver, apenas um motivo. O apelo final é prova disso mesmo: alternativas a estas emoções/razões inerentes à ezistência.

Dlmc.

16 novembro, 2005 01:03  
Anonymous Anónimo said...

Este quer música...

17 novembro, 2005 20:00  
Anonymous Anónimo said...

Snif, snif...
Onde andas tu Rand...?

19 novembro, 2005 00:04  
Anonymous Anónimo said...

Que blog tão sossegado!!!!!

20 novembro, 2005 22:27  
Anonymous Anónimo said...

Entao!? Fechou para balanço?

Valha-nos o Judas On-Line para nos divertir um pouco.

21 novembro, 2005 11:44  
Anonymous Anónimo said...

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

21 novembro, 2005 18:27  
Anonymous Anónimo said...

Trus! Trus!
Está aí alguém?
..................

Trus! Trus!
..................

Não está ninguém volto amanhã!!!

22 novembro, 2005 01:13  

Enviar um comentário

<< Home