
Movimento Perpétuo
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Na fronteira, no espaço,
No tempo que nos separa,
No limite de um beijo
Que perpétua corações,
À distância de um raio
Pelos pontos do segmento
Atomizo-me pelas células
Circundado de electrões;
Na bagagem a ansiedade
Que me acompanha, por engano,
Conta-me como destrói triângulos
Abalando a perfeição.
Se a esqueço por momentos
Logo me acorda em sobressalto,
Provocando-me
Um insuportável processo de erosão.
Esforço-me em explicar-lhe,
Através do método científico,
Os motivos por que vagueio
Sempre à margem da razão;
O vazio que me preenche
É o que ignoro em conhecimento;
É o que busco,
De alguma forma,
Nas receitas do coração!
Reminiscências do passado
Porque me enviam tantas cartas,
Tantas formas e sentidos:
Geometria de ilusão;
Se fui eu próprio que comprei
O bilhete de partida
Acompanhando-a, lentamente,
À estação?
Num rasgo de loucura,
De incrível lucidez,
Conto os pontos que nos separam
No plano da semi-recta.
O vazio dilacera-me,
Expande-se na expansão do mundo.
É tudo demasiado claro,
Sistemático,
Evidente;
Este nada que sinto
É simplesmente alguma ausência;
Provavelmente a tua...
Atitude desenvolta.
Gostava que fôssemos geridos
Por leis de gravidade alternativas,
Alternativas emoções,
No tempo que nos separa,
No limite de um beijo
Que perpétua corações,
À distância de um raio
Pelos pontos do segmento
Atomizo-me pelas células
Circundado de electrões;
Na bagagem a ansiedade
Que me acompanha, por engano,
Conta-me como destrói triângulos
Abalando a perfeição.
Se a esqueço por momentos
Logo me acorda em sobressalto,
Provocando-me
Um insuportável processo de erosão.
Esforço-me em explicar-lhe,
Através do método científico,
Os motivos por que vagueio
Sempre à margem da razão;
O vazio que me preenche
É o que ignoro em conhecimento;
É o que busco,
De alguma forma,
Nas receitas do coração!
Reminiscências do passado
Porque me enviam tantas cartas,
Tantas formas e sentidos:
Geometria de ilusão;
Se fui eu próprio que comprei
O bilhete de partida
Acompanhando-a, lentamente,
À estação?
Num rasgo de loucura,
De incrível lucidez,
Conto os pontos que nos separam
No plano da semi-recta.
O vazio dilacera-me,
Expande-se na expansão do mundo.
É tudo demasiado claro,
Sistemático,
Evidente;
Este nada que sinto
É simplesmente alguma ausência;
Provavelmente a tua...
Atitude desenvolta.
Gostava que fôssemos geridos
Por leis de gravidade alternativas,
Alternativas emoções,
Em mundos paralelos,
Alternativas razões.
Alternativas razões.
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20 Comments:
Caro,
Não sabe o contentamento que em mim provoca poder ser logo pela manhã bafejada pelo seu génio.
Até já
Ola rand
Grande fim de semana meu ... que inspiração!!!
voaste para bem fundo da tua existencia!
Parabens
ate breve
" Love is in the air ... "
ps: se a (outra) Inês descobre...
Sinceramente gostei!! Um romântico assumido! Ai Inês....
O ritmo é alucibante...acompanh-me nesta dança pela poeira do cosmos?
Amigo, a sua poesia revela boa cadência rítmica e bom gosto. A mistura de conceitos de matemática, biologia e física colidem em perfeição com o tema: a Química do Amor.
Rand, parabéns!
A tua versatilidade literária faz de ti um genuíno "poliglota" da estilística!
Cada vez me surpreende mais caro Randulfes,sinto-o tão apaixonado quem será a privilegiada que tem direito a esse amor?
COLO DE GARÇA?
E com esta me vou caro Randulfes...
Caro leitor,
lembro que este espaço pretende ser um mote à "libertação intelectual no âmbito das realidades transcendentes que ultrapassa as amplas margens da ortodoxia" sendo, consequentemente, um pequeno laboratório onde devemos, com as máscaras despidas, experimentar e abusar a liberdade da nossa imaginação.
Até breve.
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"I can see
3 corners from this corner,
2 is a perfect number
but 1."
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Caros,
Lamento que procurem conexões onde elas não existem. Gonçalo Randulfes é para mim um desafio, constitui uma aprendizagem incessante e extremamente interessante.
Gabo-lhe a coragem e o mérito, pois não é fácil escrever e sentir assim.
Não se esqueçam que " o poeta é um fingidor"... não tomem como sendo de Randulfes a dor que escreve mas será que deveras sente?
Quanto a mim, não sinto que este texto fale da química do amor. É antes uma constatação de inevitabilidade.
A ausência dela foi por ele compelida, causa-lhe "insuportável erosão", dilacera-o mas como num movimento perpétuo, que não se altera nem se inverte, teve que ser assim. Não há, neste tempo, neste espaço, nesta vida, outra alternativa.
Por razões estranhas, alheias, contra as quais não luta, o poeta vive o amor como grande impossibilidade. O problema é que "mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo".
Outras leituras serão concerteza possíveis. Esta é a minha, aguardo pelas vossas...
Até já
vantagem para ... ... ... ... ... ... ... ... ... INÊS !!!
clap, clap, clap, clap,
clap, clap, clap, clap...
Enquanto houver uns olhos que reflectem
outros olhos que os fitam,
enquanto a boca responda a suspirar
aos lábios que suspiram,
enquanto sentir-se possam ao beijar-se
duas almas confundidas,
enquanto exista uma mulher formosa,
haverá poesia!
(Gustavo A. Bécquer)
Mestria inconcebível, sublime, o amor.
Inês,
A sua análise substancia, indubitavelmente, o conteúdo do poema do Gonçalo Randulfes, que saúdo vivamente. Contudo, como referiu Sir Cabernet, o autor visita diferentes áreas do conhecimento humano para expôr, na minha opinião, a temática central do poema: a consciência crua da existência térrea. Neste caso concreto é a ausência da emoção ( ou do sentimento que promove essa emoção)que permite obter essa mesma consciência; mas é, a meu ver, apenas um motivo. O apelo final é prova disso mesmo: alternativas a estas emoções/razões inerentes à ezistência.
Dlmc.
Este quer música...
Snif, snif...
Onde andas tu Rand...?
Que blog tão sossegado!!!!!
Entao!? Fechou para balanço?
Valha-nos o Judas On-Line para nos divertir um pouco.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...
Trus! Trus!
Está aí alguém?
..................
Trus! Trus!
..................
Não está ninguém volto amanhã!!!
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