Pampilhosa Linda

Espaço de libertação intelectual no âmbito das realidades transcendentes que ultrapassa as amplas margens da ortodoxia, com incursões na antropologia filosófica e na psicognosia, de cariz socio-cultural tenuamente perfumado com poéticas gotículas proeminentemente irónico-macónicas! Bem hajam!!!

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Urge Nacionalizar os Bancos da Pampilhosa


Para mim o Banco mais carismático da Pampilhosa é o denominado banco dos reformados, banco este que se encontra à entrada da Estação e em frente da não menos célebre tasca do Aires,local de peregrinação avulsa, de reformados e ante-aposentados do trabalho que faz calo,zona de franco convívio entre 2dl de bom tinto ,3 palmos de diz que disse, quem anda a comer quem, e de que os políticos e os das finanças são todos uns filhos da...dita.
Este saudável banco deve ser preservado a qualquer custo e não deve ser arrastado para a falsa e teatral crise que andam para aí a inventar, pois ele é a personificação mais fiel da alma lusitana, ícone do verdadeiro dolce far niente legado pelos ancestrais muçulmanos, observação, espírito critico e perspicácia q.b. herdado dos celtas e zona de feira e encontro social herdado dos fenícios.Urge portanto nacionalizar o Banco dos Reformados para que assim sempre figure para a posteridade ,longe das artimanhas politicas e economicistas da actualidade.Viva o banco dos reformados abaixo a engenharia financeira.
Confesso que o banco que mais saúdo e o meu predilecto é o banco do Freixo,porque sempre foi o banco mais eco turista da Vila , foi o banco que mais assistências fez ao Judas , protege do vento, frio e da chuva até Março , até Setembro abriga-nos do sol flamejante e das noites quentes de verão,dá-nos a frescura que não se tem nas irradiantes casas de paredes de pedra calcaria nos solarengos Julho e Agosto.Nota de soberba importância, o facto de ser palco privilegiado de épicas e ébrias lutas,zangas e outras festividades tão entranhadas na cultura indígena.
Nacionalizar o banco do Freixo porquê?,tão simplesmente porque à poucos anos idos se encontrava no epicentro do famigerado triângulo arroxeado constituído pela Carolina ( a sobrevivente), do saudoso Piolho e da Loja da Aida Carouca " à posteriori", Fernando da Carouca.
Outro Banco que requer nacionalização urgente é o que se encontra entre a Quinhentista e a tasca da Ana, local que ainda hoje é muito fielmente frequentado por todos aqueles que possuem princípios de grande moralidade e brandos costumes, do mais vale uma mão inchada que uma enxada na mão ,raios parta a mulher que ainda não fez o almoço , e agora pagas tu que já recebeste a pensão mínima.De realçar que este banco além de aprazível se encontra resguardado de todo e qualquer acidente climático tal é o teor de etanol vaporizado em tão poucos metros cúbicos.
Lembro com nostalgia os Bancos em volta do Garoto local que em variadas épocas do ano era local de são convívio, dissertação politica ideias e ideais da mais fina pureza e humanidade hoje desvanecida com a péssima massa politica existente.Que sorte a de ter assistido à geração que emergiu da miscigenação da força e cultura de juventude, do grito de liberdade e da alegria e crença num futuro melhor ,como podem hoje constatar estes bancos foram erradamente alterados em arquitectura e consequente humanidade sendo por isso apenas local de fotografia,de breve e fugaz passagem e por isso de impossível nacionalização.
Para que não aconteça o que aconteceu com os Bancos do Garoto,e o Bancos da Estação por favor salvem o espírito dos poucos Bancos que ainda restam na Vila.
-PS- Foi com pesar que li a noticia que no banco de sementes do Jardim Botânico que guarda a sementes da flora autóctone, só restam sementes de 1500 espécies, longe portanto das 2500 que eram guardadas no tempo em que lá estudei , estranho mundo este em que se esbanjam milhões em bancos falidos e não se tem tostões para guardar a carga genética que esta jangada de pedra esculpiu e aprimorou em milhões de anos.